Entrevista: Belletti, o cérebro do vice

NOME COMPLETO: Juliano Haus Belletti

IDADE: 35 anos 

PROFISSÃO ATUAL: Estudando Gestao de Empresas, comentando jogos do Brasileirao e da Premier League, abrindo academia em SP e escrevendo sobre esportes na revista Sao Paulo Luxury Magazine.





1. Você participou da campanha de 1999. Como era o ambiente naquele grupo?
Acredito que o que faz uma equipe campeã é o grupo. Isto é, todos no elenco trabalhar pelo mesmo objetivo. Em função disto, aquele ano foi mágico. Muita amizade, respeito e sacrifício.

2. Após passagem pelo Cruzeiro, você sentiu alguma pressão extra em vestir a camisa do Atlético?

Sempre existe pressão no futebol. É normal. Mas fui ao Galo com ambição, disposto a dar títulos ao clube.

3. Como era para o jogador atuar no Mineirão lotado naquela época?

A torcida do Galo é respeitada por todos os jogadores do Brasil. E tendo ela ao meu favor, não tinha como não lutar, não me sacrificar por ela e pelo clube.

4. Qual jogo, naquela campanha do vice campeonato brasileiro, te marcou mais?

No Indenpendência, vencemos por 2 x 0 o Palmeiras. Marquei um gol. Foi minha melhor partida. Mas, coletivamente, foi a vitória sobre o Vitória no primeiro jogo da semi-final. Vencemos por 3 x 0. A torcida estava dentro de campo naquele jogo.

5. A torcida não esquece da sua imagem na final do Brasileiro, após ser expulso, escorado na parede do vestiário. O que passou pela sua cabeça naquele momento?

Tristeza por não retribuir com o título o que a torcida me proporcionou. O atleticano sabe que lutei, mesmo depois do acidente de carro que tive naquele ano, para fazer o Galo campeão brasileiro novamente.

6. Aquele título foi jogado fora devido à um erro da arbitragem em um pênalti escandaloso não marcado ao nosso favor na última partida. Como os jogadores reagiram à isso após o jogo?

Jogamos contra um timaço do Corinthians, e mesmo assim, jogamos melhor e tivemos chances de ganhar. Dida foi héroi. Esse erro do árbitro não justifica nada.

7. Na sua opinião, em qual partida aquela equipe jogou no ápice de sua capacidade, superando todos obstáculos?

O terceiro jogo da semi-final lá em Salvador. Outro 3 x 0 no Vitória.

8. Você acredita que, tendo atuação destacada durante todo o campeonato, ajudou no restante da sua carreira, sendo até convocado para a Seleção de 2002?

São momentos diferentes. Atuei como camisa 10 no Galo e fui para a Copa do Mundo como lateral. Mas foi uma passagem inesquecível por tudo que a equipe conseguiu naquele ano. Na raça. E ainda consegui a Bola de Prata como o melhor meia do campeonato.

9. Aquela equipe foi formada por jogadores que estavam "encostados" em outros clubes, como Guilherme, Gallo e Robert. Vocês esperavam que o clube chegasse tão longe naquele campeonato?

Eu era titular no São Paulo quando fui para o Atlético. Mas tinhamos o mesmo comprometimento. Isso ajuda muito. Sem vaidades, sem ciúmes. Todos queríamos só uma coisa: vencer. E isso foi fundamental.

10. No Brasil, onde e quando você acredita que atingiu o seu auge?

Tive grandes momentos. Em 1995, no Cruzeiro, cheguei à seleção brasileira com apenas 19 anos. No Atlético em 1999 e no São Paulo em 2000 também foram excelentes fases.

11. O que foi mais emocionante em sua carreira: conquistar o pentacampeonato em 2002 pela seleção brasileira ou fazer o gol da vitória do Barcelona na final da Champions League de 2006?

Foi fazer o gol na final da Champions. Gravar o nome na história do futebol em clube de tantas conquistas.

12. O que o levou a encerrar sua carreira em 2011?

A lesão no tendão de aquiles. Poderia operar, continuar e jogar com dores. Mas quando você entra em campo com dor, ninguém quer saber. Se está lá, tem que render o máximo. E eu já não conseguia isso.

13. O que você tem a dizer sobre a torcida do Atlético?

A torcida me consideram um ídolo até hoje pelo que fiz pelo clube em 1999. Não sou craque. Sou lutador, geurreiro e é disso que essa torcida gosta. Essa torcida me respeita e eu sou grato à ela sempre.

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