Era uma quinta feira, um dia normal para a maioria dos brasileiros,
mas para os atleticanos viria a se tornar um dia histórico, que será
lembrado e eternizado em cada atleticano que viu, ouviu ou leu sobre
esse dia. A data era 30/05/20egalo, as 22:00 na Arena Galo (Estádio
Independência).
A massa estava eufórica, confiante, a maioria usando a
máscara do pânico para aterrorizar ainda mais os mexicanos que vieram
para desafiar a soberania do Galo. O jogo começou, e então o atleticano
começou seus 90 minutos de tensão costumeiros quando estão assistindo a
um jogo do Galo. O jogo pegava fogo, o Tijuana mostrou que não saiu do
México apenas para visitar a capital mundial do Galo, e abriu o placar
aos 25 do primeiro tempo, fazendo todo um filme de terror passar na
cabeça de cada atleticano. Porém aos 40 ainda da etapa inicial, o nosso
capitão. Xerife, artilheiro, melhor zagueiro do Brasil empata o jogo, e
faz o caldeirão ferver, a massa recupera sua confiança, aumenta ainda
mais sua fé e o jogo vai para o intervalo com um empate que classificava
o Galo.
Faltavam 45 minutos, de um confronto de 180 minutos
agora restavam ¼ a ser jogado. Era só não tomar gol e partir pra festa,
comemorar a volta do Galo as semifinais da libertadores. Mas foram
longos 45 minutos, pareceram 45 horas. Foi emocionante, os mexicanos
pressionavam, o Galo arriscava alguns contra-ataques, e nenhum dos times
fazia o gol. Apesar da tensão e do medo na torcida, tudo lá ia se
encaminhando para que o galo confirmasse sua vaga e mantivesse sua
invencibilidade em seu terreiro.
E eis que acontece um acidente, um
pênalti, aos 45 minutos. E então mais uma vez toda a torcida atleticana
viu um gigantesco filme, das vezes onde fomos massacrados, mas não por
adversários, mas pelos juízes, pelo azar, o atleticano se lembrou do
tanto de injustiças que já sofreu, das vezes que merecia um título e
como se por obra de destino, não pudesse alcança-lo. O atleticano já
beirava o conformismo, já se sentia derrotado, já pensava no ano que
vem, tudo o que restava naquele jogo era um pouco de fé em nosso camisa
01.
E foi então que todos presenciaram o nascimento de um santo
naquele dia, um herói, um nome e um número que serão lembrados por toda a
eternidade. Victor, ao esticar a perna defende o pênalti e manda para
longe a bola e o medo que tomava conta daquele estádio.
O atleticano
teve sua honra defendida, teve seus desejos atendidos, viu um de seus
sonhos ficar mais perto. Faltam 3, faltam 3 jogos pra América ser nossa. Durante muitos anos, tivemos fé no Clube Atlético Mineiro sem
ter jogadores de qualidade. Agora temos jogadores, não percamos a fé.
Faltam
3 jogos, o próximo pode ser o fim da nossa caminhada, mas vamos apoiar,
vamos torcer, vamos rezar. Deus há de nos abençoar, e se for da vontade
Dele, que possamos ver o nascimento de novos santos para se juntarem a
São Victor.
Leandro Figueiredo
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