Esse texto está sendo publicado exatamente ás 21h30 de domingo, 24 de março, menos de três horas antes de um dos dias mais importantes do ano para mais de oito milhões de pessoas que se vestem de preto e branco, com ou sem motivos.
A paixão do atleticano é algo a ser estudado pela ciência mais perfeita e complexa do mundo. Como diria Roberto Drummond, "E que me perdoem os que têm apenas títulos, claro que são importante. Mas o atleticano tem algo que os outros nunca terão: tem paixão!". Nunca existiu uma frase tão certa e comprovada do que essa. Qual torcida que lota dois estádios de uma só vez para ver um jogo de série B? Qual torcida que leva quatro mil pessoas para outro país para assistir a um jogo de primeira fase da Libertadores?
O atleticano é um ser estranho. Sim, estranho. Se enche de esperanças num time com Jael e Eduardo no ataque, mas o hobby atual é cornetar o ataque de um time com Ronaldinho, Tardelli e Bernard. Isso é fascinante. Por isso digo que precisa ser estudado.
Das milhares de voltas que o planeta Terra já deu, apenas as
últimas 105 fizeram algum sentido para uma inteira nação de xiitas. E
olha que motivo para largar o Galo nós já tivemos, se fossemos
simpatizantes. Amigos, acreditamos numa equipe com Edson, Nêgo, Renan Oliveira e Eduardo, em pleno ano do centenário.
Costumo dizer que, em 2005, o Galo não caiu: ele quicou. A volta foi trinfual, mas a lição parece não ter servido como aprendizado para alguns jogadores e, principalmente, para os dirigentes. Kalil vem conseguindo recolocar o Galo nos trilhos. O Atlético de Reinaldo, Cerezo e Éder nunca mais será visto, óbvio. Porém, meus senhores, não é salto alto dizer que estamos diante de um dos melhores times da história do clube. É carência de grandes títulos e times? Talvez, mas não temos nada a ver com isso. Temos apenas o que comemorar, por enquanto. Mas uma coisa me impressiona: antes, após uma vitória contra um Democrata da vida, os torcedores já falavam que o time iria pro Mundial. Hoje, apesar da boa campanha, vêm mantendo os pés no chão. Admirável e louvável.
Um atleticano não necessita de chegar às câmeras de TV ou microfones da rádio para declarar todo o seu amor pelo Galo. Isso é notório em qualquer lugar. Você nunca irá conversar com um torcedor com a camisa do Atlético que não saiba a escalação do time por inteira. Se bobear, te conta a história completa do clube.
Todo torcedor possui o mesmo sentimento ao ver o Independência lotado, ou quando via o Mineirão todo de preto e branco. O pensamento de "eu faço parte disso tudo" é incrível e inimaginável. Não precisamos nos provar melhor do que outra torcida, pois isso não é segredo pra ninguém. Estou mentindo? Os números falam por si.
Como e por que somos assim? Sabemos o motivo, mas não damos conta de explicar. E vocês sabem que é isso mesmo que acontece.
Chegamos ao final do pequeno texto, pois assunto em destaque é um time que, há 105 anos, era o sonho de 22 pessoas. Hoje, é a paixão de oito milhões. Apenas isso.
Saudações!
Daniel Michelini
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