domingo, 3 de março de 2013

À um grande atleticano

Há algum tempo, estava assistindo no programa Alterosa Esporte uma excelente matéria sobre o aniversário do título Brasileiro de 71. Entrevista com jogadores e membros da comissão técnica, detalhes de bastidores revelados, histórias e confraternização. Porém, o que mais me chamou atenção foi que apenas uma pessoa se comoveu e chorou com a memória daquele título. Não foi Humberto Ramos, nem Dario, nem nenhum personagem principal daquela conquista. Quem chorou foi uma pessoa que fiquei surpreso de acompanhar o Galo desde 71: nosso fiel massagista, Belmiro.

Comecei a pensar no tanto que ele já viu de Galo, em quantos atletas já acompanhou. Na época do atraso de salários dos funcionários, que pela imprensa sabemos que já chegou a vários meses, ele continuou lá. Deve ter passado só deus sabe quais dificuldades nesta época, mas não abandonou o Galo ou procurou os seus direitos na justiça, e ainda se emociona ao lembrar-se das nossas conquistas.

Imagine quantos pernas de pau nosso massagista já teve que carregar, entre Nilsons Sergipanos, Rafaéis Gaúchos, Adrianos Gol Contra, Bruno (lateral direito), e ajudar a tratar, e ao mesmo tempo dar a triste notícia no primeiro jogo da decisão de 99, que o craque que podia fazer a diferença, Marques, estava lesionado e não ia poder voltar a campo. Era visível que não era uma notícia de substituição naquele momento, ao ouvir o “UHHHHHHHHH!” da arquibancada, Belmiro deve ter sentido o que sentimos.

Imagine o sentimento de decepção de alguém que há mais de 40 anos se dedica ao time que ama deve ter tido, ao ver Cleber Bam Bam que não tem nenhuma identificação, receber um Galo de Prata.

Imagine a alegria ao ver o título de 71, ao ver nossas inúmeras vitórias em clássicos, ao ver o campeonato e o bi campeonato da Conmebol, ao ver sabe-se lá quantos títulos estaduais, ao ver o título de campeão dos campeões brasileiros, ao saber que tínhamos Éder, Cerezo, Reinaldo, Renato pé murcho, Dedé, Marques, Guilherme, ao saber que já tivemos chances!

Foi um cara que não abandonou quando o Galo visitou o fundo do poço, esteve sempre a disposição pra quando dias melhores viessem, sempre fiel e sempre crente em dias melhores.

Quero que o Belmiro saiba que quem tem o Galo no coração, não precisa de um de prata na estante. Que quuem tem a pele atleticana nunca mais conseguirá vestir outra camisa.

Esta é minha homenagem a Belmiro, um grande atleticano, sempre fiel, sempre prestativo, sempre um torcedor e um ícone do nosso time. Belmiro, você entra no hall dos meus grandes atleticanos.

Saudações alvinegras.



Bruno Simões
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