Outro dia destes ouvindo ao Apito Final na rádio Itatiaia, estava lá como convidado o atual funcionário das categorias de base do Cruzeiro, o excelente (infelizmente era craque mesmo) ex goleiro Raul Plasman. Ao ouvir sua entrevista algo me chamou muito a atenção. Ele dizendo referente a qualidade de jogadores gerados na base, respondeu: “Quando a torcida pede Raça aos jogadores, é que tem algo errado. Quem tem técnica não precisa de Raça”.
Ao ouvir isso tive certeza mais ainda absoluta das minhas mais fortes convicções: jogar no Galo e em nossos rivais é completamente diferente. Nossos rivais historicamente passam por grandes dificuldades quando seus times e elencos são limitados, logo correm em busca de reforços para qualificar o plantel e sair do sufoco. Minha impressão é que caem de rendimento com a pressão, e precisam de jogadores extremamente técnicos para jogar com tranqüilidade. Quando precisam de raça, há algo errado por lá. Comparando ao futebol internacional, seriam como uma Holanda ou Espanha, só rendem bem quando tem times excepcionais.
Jogar no Galo é completamente diferente pois me lembro do ex centroavante, artilheiro e goleador Evair, que saiu do galo se não me engano com 8 gols em 9 jogos, porém era um centroavante clássico, ficava parado entre os zagueiros, não voltava para marcar,não corria, seu trabalho e empenho era fazer gols. Saiu daqui em baixa com a torcida, para ser campeão brasileiro pelo Vasco. Por que saiu daqui assim? Faltou a gana de um Guilherme, que podia não ser tão técnico quanto Evair, mas era um jogador de raça, que corria o campo todo.
Quantas vezes não o vimos dar piques da área do adversário e ir até a nos defesa ajudar na marcação? Esse não era seu trabalho, não era seu posicionamento, não era sua obrigação, mas ele achava um terceiro pulmão e o fazia. Comparando o Galo com seleções, diria que seriamos mais uma seleção Argentina, Italiana, Alemã ou Uruguaia, por ter um sentimento forte de que a técnica sozinha não resolve se você não entrar em campo disposto a fazer o impossível, que acham fôlego quando não deveria existir, que não desistem nunca, por piores que sejam nossos elencos, quando falta raça vamos muito mal.
Já fomos semifinalistas do Brasileirão na época dos pontos corridos com time horrorosos, já ganhamos de gigantes e campões dentro do Mineirão na base da raça, com times limitados e sem grandes craques, e como conseguimos isto? NA RAÇA!!! Com a torcida sendo o 12º jogador e empurrando o time as vitórias, com jogadores medianos incendiados em campo e vivendo momentos de craques na raça. Então volto novamente a insistir, não adianta ser bom de bola pra jogar no Galo, tem que ser raçudo, tem que estar disposto a dar a vida pela vitória. Não adianta contratar jogadores de nossos rivais porquê eles não entendem isto, acham que se precisa de raça, tem algo errado. Já pra jogar no Galo, não basta ser técnico: SE NÃO TEM RAÇA TEM ALGO ERRADO.
Clássico
Em uma nota pessoal, peço a todos que lerem que mantenham a calma no clássico do final de semana, por mais emotivo que seja o jogo, é apenas um jogo de futebol, não recebemos nada pra torcer pelo Galo, torcemos por amor e amamos ele de graça, portanto se preserve para poder ver muito mais jogos do Galo. De violência já basta a que vivemos no dia a dia. Se cuidem e boa sorte ao Galo, hoje e sempre.
Bruno Andrade
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