Um ídolo eternizado

Como não se emocionar ao ouvir um estádio com quase 100.000 pessoas gritando seu nome? O canto entoado pela torcida do Galo em homenagem ao eterno ídolo Marques não emocionava apenas ele, mas todos que estavam presentes no momento.

Jogos históricos, gols maravilhosos, assistências fantásticas e duplas de ataque fenomenais. Tudo isso e mais um pouco fala sobre o mínimo possível do que Marques fez e significou para o Atlético. Um jogador que chega desacreditado ao clube e se torna ídolo de uma nação com mais de 8 milhões de patriotas não pode ser deixado de lado por quem o admirou sempre.

Exemplo de profissional e, acima de tudo, de homem. Um jogador que esteve com o Galo nos momentos de glória, como a conquista da Conmebol de 97, e tristeza, em 2005, sempre será ovacionado por um, dois ou milhões de torcedores que passarem por perto.

Hoje, nosso eterno ídolo comemora 39 anos. Por descaso do então técnico Vanderley Luxemburgo e do atual presidente Alexandre Kalil, Marques saiu pela porta dos fundos do Galo, após fazer o gol do título mineiro de 2010. Nem sequer um jogo de despedida foi feito para o homem que carregou o nome e a camisa do Clube Atlético Mineiro sempre com amor, raça e determinação. Uma falta de respeito com o atacante e, principalmente, com nós torcedores, que nos sentimos escurraçados com a notícia de sua dispensa na época.

Mas uma decisão equivocada de duas pessoas que não representam nem um quarto do que o Marques representa ao Galo não deve manchar a bela história que o atacante teve. Como não se recordar de jogos contra nosso maior rival, quando Marques sempre deixava o dele anotado? Gols de bicicleta, cabeça, até de carrinho, demonstrando a raça ao se jogar na bola para conseguir um tento.

"Olê Marques, olê Marques". Grito eternizado pela torcida. Pude presenciar, ao vivo, o último gol do ídolo com a camisa do Galo. Muita gente se derramou em choro após o gol. Ao pegar na bola, alguns até pediam para que ele não fizesse o gol, por ser muita emoção. Mais gratificante ainda foi quando Marques fez de sua camisa uma bandeira do Galo, numa forma de agradecimento à torcida, o que não concordo, pois somos nós que temos que agradecer à ele.

Obrigado por tudo, Marques. Espero ver você ainda dentro do Galo, seja como técnico ou até mesmo presidente. Um dos últimos ídolos da história do Galo.

Daniel Michelini
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