quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Férias do futebol

Os campos estão vazios, os microfones desligados e os times espalhados pelo mundo. Este é o mês de dezembro, senhores. Contudo, os bastidores estão cada vez mais agitados em quase todos os clubes.

Pois é, quase, o nosso Galo está na espera das suas eleições, bem fora de hora. O pior é que dos candidatos apresentados, há a certeza que o atual presidente Alexandre Kalil será reeleito com margem.
Feito esse introito, é importante salientar que o pensamento da comissão técnica e da direção do clube é o ideal, afinal temos que fortalecer uma boa base deixada na última temporada, apesar do 6x1, com contratações pontuais e de qualidade. Sempre pensei isso, porque gastar R$ 10 milhões contratando 25 jogadores medianos, se pode-se gastar os mesmos R$ 10 milhões trazendo 6 jogadores para serem titulares, complementando com um trabalho de qualidade na base. 
O Galo sempre teve uma espinha dorsal na equipe profissional vinda das categorias inferiores, mas hoje isso não acontece, muito embora tenhamos esta base atual com Renan Ribeiro, Serginho, Felippe Souto, Bernard, Renan Oliveira e Werley mas que não desequilibram.
Por fim, gostaria de desejar um feliz natal a todos os atleticanos e relembrar um texto belíssimo do eterno Roberto Drummond:
O Ser Atleticano
Se houver uma camisa preta e branca pendurada no varal durante uma tempestade,o atleticano torce contra o vento. Ah, o que é ser atleticano? É uma doença? Doidivana paixão? Uma religião pagã?Bênção dos céus? É a sorte grande? O primeiro e único mandamento do atleticano é ser fiel e amar o Galo sobre todas as coisas. Daí, que a bandeira atleticana cheira a tudo neste mundo.


Cheira ao suor da mulher amada.
Cheira a lágrimas.
Cheira a grito de gol
Cheira a dor.
Cheira a festa e a alegria.
Cheira até mesmo perfume francês.

Só não cheira a naftalina, pois nunca conhece o fundo do baú, trêmula ao vento.

A gente muda de tudo na vida. Muda de cidade. Muda de roupa. Muda de partido político. Muda de religião. Muda de costumes. Até de amor a gente muda. A gente só não muda de time, quando ele é uma tatuagem com a iniciais C.A.M., gravada no coração.É um amor cego e têm a cegueira da paixão. 

Já vi o atleticano agir diante do clube amado com o desespero e a fúria dos apaixonados. Já vi atleticano rasgar a carteira de sócio do clube e jurar: Nunca mais torço pelo Galo. Já vi atleticano falar assim, mas, logo em seguida, eu o vi catar os pedaços da carteira rasgada e colar, como os amantes fazer com o retrato da amada.


Que mistério tem o Atlético que, às vezes, parece que ele é gente? Que a gente associa às pessoas da família (pai, mãe, irmão, tio, prima)? Que a gente o confunde com a alegria que vem da mulher amada?

Que mistério tem o Atlético que a gente confunde com uma religião?
Que a gente sente vontade de rezar "Ave Atlético, cheio de graça?"
Que a gente o invoca como só invoca um santo de fé? Que mistério tem o Atlético que, à simples presença de sua camisa branca e preta, um milagre se opera?Que tudo se transfigura num mar branco e preto?

Ser atleticano é um querer bem. É uma ideologia. Não me perguntem se eu sou de esquerda ou de direita. Acima de tudo, sou atleticano e, nesse amor, pertenço ao maior partido político que existe:

O Partido do Clube Atlético Mineiro, o PCAM, onde cabem homens, mulheres, jovens, crianças. Diante do Atlético todos são iguais: o bancário pode tanto quanto o banqueiro, o operário vale tanto quanto o industrial. Toda manhã, quando acordo, eu rezo: Obrigado, Senhor, por me ter dado a sorte de torcer pelo Atlético.

Roberto Drummond

Saudações atleticanas
 
Roberto Lauria

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