terça-feira, 20 de dezembro de 2011

ENTREVISTA: Diogo Giacomini, Tri Campeão da Future Champions

NOME COMPLETO: Diogo Schüler Giacomini
IDADE: 32 anos

1. Você é formado em Educação Física. Como ocorreu seu ingresso no futebol e, posteriormente, dentro do Atlético?



Escolhi fazer a faculdade de Educação Física já sabendo que queria trabalhar com o futebol. Durante a faculdade já comecei a realizar estágios em clubes de futebol e quando me formei fui contratado pelo Inter de Santa Maria (time da minha cidade natal). Trabalhei lá por 4 anos como preparador físico e depois auxiliar técnico da equipe profissional. Em 2002 senti a necessidade de estudar mais e então vim morar em Belo Horizonte, pois na UFMG temos o único mestrado em Treinamento Esportivo do Brasil. Comecei então a trabalhar nas categorias de base do América, passei pelo Cruzeiro e há quatro anos recebi a proposta para me transferir para o Atlético, clube no qual dirijo hoje a equipe juvenil com muito orgulho.

2. Como é feito o trabalho multidisciplinar na base do Atlético, incluindo técnico, profissionais de fisiologia, nutrição, etc?

O trabalho multidisciplinar realizado no Atlético é exemplar. Utilizamos os conhecimentos de todas as áreas envolvidas no futebol para que os atletas tenham a melhor estrutura possível para se desenvolverem. Essas áreas de apoio dão todo o suporte para o trabalho técnico de campo.

3. Como é o preparamento psicológico feito pelo treinador para que a equipe entre concentrada em um jogo importante, como a final contra o Cruzeiro?

Primeiramente a equipe deve estar bem treinada, para que os jogadores saibam o que fazer dentro de campo, o que gera segurança para eles jogarem bem. Estando a equipe preparada taticamente, realizamos na preleção antes do jogo um trabalho de motivação muito forte, além de mostrar aos atletas os pontos fortes do adversário e os pontos fracos que podem ser explorados.

4. Há um tempo, o costume de colocar os jogos dos juniores nas preliminares dos jogos do time profissional vem sendo deixado de lado. Para os jogadores da base, isso é bom ou ruim?

Acredito que a volta das preliminares seria importante para a formação dos jogadores. Os jogadores ficam mais ambientados com a atmosfera de um jogo do profissional e isso faz com que esses jogadores sintam menos o impacto de uma estréia no profissional, por exemplo.

5. Qual a lição que um técnico da base deve tirar de uma derrota?

Na verdade, tanto na vitória quanto na derrota, sempre temos lições para aprender. O segredo na base é não supervalorizar os resultados e sim prestar a atenção no desempenho e desenvolvimento técnico dos jogadores. Já aconteceu de eu dar uma dura nos jogadores depois de uma vitória, porque não fiquei satisfeito com o desempenho deles, bem como já aconteceu de eu parabenizá-los após uma derrota, pois entendi que eles deram o máximo.

6. A equipe, no seu comando, foi tri campeã da Future Champions. Na sua opinião, qual dos três titulos foi mais disputado e, consequentemente, mais dificil de ser ganho?

Eu não conseguiria dizer qual foi o mais difícil, pois ganhar um título é difícil demais. Todos os times querem chegar em primeiro lugar e apenas um consegue. Todos os três torneios foram extremamente difíceis, considerando a qualidade das equipes participantes. O que eu poderia dizer com certeza é que esse último foi o mais emocionante, pela forma como ocorreu a virada no placar no jogo final.

7. Um dos títulos foi conquistado na África do Sul. Mesmo sendo time de jogadores jovens, o fato de poder contar com torcedores em BH influencia no modo de jogar?

No modo de jogar não influencia muito, pois temos um modelo de jogo e jogamos dessa forma em qualquer lugar e contra qualquer adversário. O que influencia muito quando jogamos em BH e de forma muito positiva é na motivação dos jogadores para os jogos. Com a torcida presente o atleta vibra mais em campo e tenta sempre retribuir o apoio recebido das arquibancadas.

8. Quais são as principais virtudes que um jogador precisa ter para fazer parte da equipe de base do Atlético?

A principal virtude é a qualidade técnica. Na captação de jogadores para o Atlético estamos priorizando o jogador que realmente tenha talento, que seja diferenciado. Além disso, características como personalidade, disciplina, vontade de vencer, dedicação e espírito de grupos são também muito consideradas nas nossas avaliações.

9. A estrutura oferecida pelo Atlético para o trabalho de base é suficiente para que se faça um bom trabalho?

A estrutura das categorias de base do Atlético é de primeiro nível. Temos tudo o que precisamos para desenvolver um trabalho de qualidade. A Cidade do Galo foi escolhida como o melhor CT do Brasil pelo SporTV com toda justiça. Os atletas e comissões técnicas do clube podem focar apenas no trabalho, pois a estrutura é fantástica.

10. Na final de domingo, os garotos converteram todos os pênaltis. As jogadas de bola parada são muito exploradas durante os treinamentos?

Sim, treinamos sistematicamente as situações de bola parada. Penalidades, faltas frontais, faltas laterais, escanteios, laterais, enfim, todas essas situações de jogos fazem parte do conteúdo de treino semanal, pois entendemos que são aspectos decisivos nos jogos.

11. Ainda há motivação para você continuar treinando a equipe sub-17 do Atlético ou você já pensa em assumir uma equipe profissional?

Eu sou treinador de futebol, escolhi essa profissão porque amo o que faço e, portanto, sou extremamente motivado para acordar de manhã e ir dar treino, independentemente da categoria. É claro, porém, que no meu planejamento de carreira está chegar no futebol profissional. Estou com 32 anos e penso em ficar mais algum tempo na base para me aprimorar mais, para quando tiver uma oportunidade numa equipe profissional chegar com bastante conhecimento e consistência.

12. Como você sistematizou a forma de jogar da equipe atleticana?

Sistematizei a forma de jogar do juvenil do Atlético privilegiando o talento. Montei a equipe com apenas um volante e com três meias (um meia-direita, um meia-esquerda e um meia-atacante), além dos dois atacantes da frente. A idéia é que o time tenha uma vocação ofensiva e que seja extremamente técnico, para que possamos formar jogadores de extrema qualidade para o profissional. É claro que tudo isso feito com equilíbrio, pois trabalhamos para ter uma defesa consistente também.

13. Qual a principal "escola" de futebol que você aponta para que se possa basear e fazer um bom trabalho nas equipes de base dos clubes?

O Barcelona está aí para nos dar o exemplo. Forte investimento na base, um modelo de jogo padrão para todas as categorias e a prioridade para o jogo de posse de bola, de intensidade nos deslocamentos e de vocação ofensiva. No Brasil, temos matéria prima (jogadores) para fazer um modelo parecido, mas sem perder as características inerentes ao futebol brasileiro.

14. Como você trabalha atualmente na equipe para que os jogadores pensem no todo, e não apenas em seus interesses pessoais?

Esse é um trabalho não só meu, mas do clube em, geral. Temos um competente departamento de Psicologia que faz várias atividades individuais e em grupo nesse sentido e temos também o departamento de Pedagogia, que dá suporte para o crescimento do atleta como indivíduo inserido num contexto social.

15. Deixe uma mensagem ao leitor do Blog Portal da Massa.

Torcida atleticana, acreditem no Atlético. Os profissionais que trabalham no clube estão fazendo um trabalho muito sério e os frutos vão aparecer. O presidente Alexandre Kalil conhece o caminho para as vitórias e vai conquistar títulos para o clube no próximo mandato.
Comentários
4 Comentários

4 comentários:

  1. Muito boa entrevista, explicativa, informativa, que toda a torcida deveria, ler, assim, pararem de xingar criticar, zombar e fazer xacotas.
    O Diogo, realmente sabe montar um time, e dentro deste time eu destaco o Carlos, centro avante que não é paradão, e nem fominha, vai logo logo ser titular dos profissionais, se fosse, eu o tecnico, já o levava, agora para o time de cima, é melhor que todos que estão lá.
    Sabe, tocar uma bola, tabelar, lançar, dar assistencia, é persistente não tem bola perdida, não tem medo de cara feia, não fica caindo atoa, não fica naquela de cavar faltas, chuta com os dois pés, chuta forte e certeiro, podem ter certeza será breve o Centro avante do GALO e vai fazer seu nome na historia, pode favoritar este comentário, e me cobrar daquí a 2 anos no máximo.
    Jones Guerra

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  2. Bacana a entrevista. Parabéns ao Galinho e ao Diogo, trabalho bem feito dá nisso. Parabéns pela entrevista Portal da Massa!
    www.notigalo.com

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  3. Nesse time do Galo temos futuros grandes jogadores. São eles: Carlos, Rodrigo Mucuri, Ygor, Yago, Zé Alberto, e o destaque para o Anderson camisa 10 Craque de bola e autor de 2 gols contra o cruzeiro!!! Vão fazer a alegria da massa daqui a poucos anos no profissional ... dá-lhe Galo!!! Kalil, manda os vendidos dos 6 a 1 assistirem o tape do jogo da final prá aprenderem o que é amor à camisa e raça !!!

    Márcio de Patos de Minas

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  4. MUITO BACANA ESTE TECNICO MUITO CONCIENTE, GOSTARIA D EM BREVE Ver ele no profissional cm tempo pra montar uma equipe,,
    gostaria só d saber cmo é feita a avaliação e testes no Galo? olheiros e etc ...

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