Vaias e aplausos

Durante todo o primeiro turno, a torcida não excluiu nenhum jogador das vaias, seja no campo ou em protestos feitos na sede ou aeroporto. Alguns vem dando motivos para tal manifestação. Atletas como Mancini, que chegou com status de grande contratação, e até
hoje não mostrou à que veio, vem sendo constantemente lembrado pela torcida pelas suas más atuações. Neste domingo, foi hostilizado por parte da torcida durante a partida contra o Bahia. Os atacantes André e Guilherme também não estão correspondendo o esperado e a torcida já está ficando impaciente. O alto investimento nestes dois jogadores fazem deles as principais contratações dos ultimos anos, e não é isso que vemos em campo. Mas muito se dá devido ao mau momento vivido pelo time. Apesar do bom começo no segundo turno do Campeonato, comemorar saída da zona de rebaixamento é muito pouco para um clube da grandeza do Atlético, que conta com mais de 8 milhões de fiéis seguidores que estiveram juntos com a equipe tanto nos momentos de alegria quanto nos de tristeza, como no rebaixamento à série B em 2005. O que preocupa é que a paciência que a torcida teve em 2006 durante a disputa da segunda divisão não será a mesma caso o clube volte à sair da elite. Com os investimentos feitos, no papel o time tem condições de se manter na primeira divisão. No papel.

Jogadores formados na base vem sendo protegidos por alguns torcedores, como Bernard e Fillipe Soutto. Mas não são todos atletas 'nascidos' no Galo que tem essa sorte. Werley e Serginho sabem muito bem disso. Os dois sofrem com as cobranças e a torcida pega no pé dos jovens atletas. O principal alvo é o volante que, jogando de titular, tem uma grande deficiência quando efetua passes. Como o próprio técnico Cuca já salientou, esse fundamento tem que ser mais bem trabalhado com o Serginho, pois, ainda segundo o treinador, o volante faz um importantíssimo papel tático na equipe. Já Werley, lançado em 2009 pelo treinador Emerson Leão, vem tendo suas atuações questionadas há um tempo. Titular com Celso Roth, Luxemburgo e Dorival Jr, o jovem defensor vinha sendo um dos principais alvos de reclamação por parte dos torcedores. Mas a aceitação do zagueiro é um pouco maior do que a do volante. Outro criado dentro de casa, o goleiro Renan Ribeiro já começou a sofrer com vaias da torcida. Questionado por algumas falhas durante o campeonato que custou ao Galo pontos importantes que dariam uma maior tranquilidade da tabela, Renan disse que isso será melhorado com mais empenho e trabalho. E isso esperamos. Mas há os que se salvam. Como dissemos no começo, Bernard e Fillipe Soutto vem passando boa impressão pelas suas atuações. O volante, habilidoso e marcador, joga como a torcida gosta: com raça e determinação. É um leão em campo. Marcou seu primeiro gol como profissional na derrota para o Cruzeiro por 2 x 1. Já Bernard é tido como uma das principais revelações do Galo nos ultimos anos. Considerado o craque da Taça BH de Futebol Junior (torneio conquistado pelo Atlético), ele vem sendo lançado aos poucos pelo técnico Cuca, que o segura em meio à má fase do clube para não queimar a jovem promessa.

Outro que era vaiado e, de repente, é tido como salvador da pátria, é o meia Daniel Carvalho. No Galo há mais de 1 ano, o armador vinha sofrendo com seguidas contusões, o que deixava a torcida impaciente. Assim que retornou, conseguiu uma boa sequencia de jogos e vem sendo peça fundamental no esquema da equipe, auxiliando os atacantes. A cada dia que passa, arranca mais aplausos dos torcedores que não acreditavam em seu potencial. Além dele, Pierre foi mais um jogador que foi contratado e entrou para arrumar o meio do Galo. Marcador forte, desarma com eficiencia e com poucas faltas os adversários. O que importa é que, com os jogadores se esforçando ou não, a torcida sempre estará presente, seja para protestar ou para apoiar a equipe. E vamos vencer essa luta.

#ReageGalo

Daniel Michelini

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